Governo desvia recursos da Transcerrados para obras eleitoreiras, diz Luciano

Também é prática corriqueira neste governo, começar a obra e parar sob a alegação de que os recursos foram insuficientes”, destaca o deputado.

Mais de 115 dos 135 milhões de reais que o Governo do Estado havia tomado de empréstimo junto à Caixa Econômica Federal para destinar à construção da Transcerrados, a rodovia mais solicitada pelo setor produtivo piauiense, foram anulados, picotados e realocados para outras obras de pequena monta.

De acordo com o deputado estadual Luciano Nunes, essas obras devem ser feitas no período pré-eleitoral supostamente como moeda de troca com possíveis aliados do governador e candidato à reeleição.

Foto: Ascom

Segundo o parlamentar, boa parte do dinheiro foi realocado para pequenas obras com custos de R$ 300 mil, valor que não dá para construir sequer um quilômetro de estrada em asfalto. Os dados constam no Termo Aditivo ao contrato de financiamento nº 0477608-24, assinado entre o Governo do Estado do Piauí e a Caixa Econômica Federal.

O aditivo altera o Anexo I do contrato inicial, que destinava mais R$ 135 milhões para a construção da rodovia Transcerrados. Deste total, cerca de 85% foram retirados daquela importante obra para serem picotados e redistribuídos em outros serviços também necessários, mas que, pelo custo, poderiam ser bancados com recursos próprios do Estado.

“Pior de tudo é que, da forma como os recursos foram realocados, vai ser impossível aplicá-los de maneira a atender às novas demandas, porque o dinheiro é insuficiente, já que pelo menos 13 obras ficaram com apenas R$ 300 mil cada uma, a serem aplicados na construção de ligações asfálticas entre municípios e BRs ou municípios e povoados. Ocorre que R$ 300 mil não são suficientes para fazer sequer um quilômetro de estrada asfaltada”, afirma Luciano Nunes.

Na prestação de contas do Governo do Estado, por exemplo, consta a construção de 20,6 Km de asfalto entre as cidades de Picos e Santana do Piauí ao custo de R$ 500 mil cada quilômetro. “Não há uma obra sequer para onde o dinheiro foi redistribuído que custe só esse valor. O que leva a crer que o dinheiro é suficiente apenas para iniciar a obra. Prática corriqueira neste governo, começar a obra e parar sob a alegação de que os recursos foram insuficientes”, destaca o deputado.

O contrato celebrado entre o Governo do Estado e a Caixa Econômica, que foi alterado pelo referido Termo Aditivo, conhecido como Finisa II, tem valor global de R$ 315 milhões e se destina à construção de obras de infraestrutura. Quando foi celebrado o contrato original, R$ 100 milhões deste total foram destinados à conclusão das rodovias Transcerrados, uma reivindicação antiga dos produtores daquela próspera região do Piauí.

A rodovia é de extrema importância para garantir o escoamento da produção de grãos e o barateamento dos custos de produção. Como a rodovia é de terra, os produtores têm dificuldade para transportar os grãos, já que as carretas atolam e quebram dificultando que o produto chegue aos portos por onde é exportado para outros países.

A construção da rodovia tem sido promessa de todos os governantes do Estado nos últimos anos, que não a realizam por falta de recursos. “A esperança era esse empréstimo; mas com esta atitude do Governo do Estado, os produtores vão ter que continuar se virando por conta própria se quiserem continuar produzindo nos cerrados piauienses”, enfatiza Luciano Nunes.

Mayara Sousa/Jornalista/Relações Públicas – Direto para o Portal Cidade Luz

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