Veja como Carille levou Corinthians à briga por títulos e fez a Fiel “esquecer” Tite

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Tite é o técnico mais vencedor da história do Corinthians, com seis títulos. Fábio Carille, auxiliar do gaúcho durante todo o período, venceu o Paulistão no primeiro semestre e lidera o Brasileirão. Em sua primeira temporada como efetivo, “Pep Carille”, como a torcida tem chamado o treinador nas redes sociais em alusão a Guardiola, não tem dado brecha para a Fiel sentir saudades de Tite.

Se no segundo semestre do ano passado o time sofreu para se adaptar nas mãos de Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira, em 2017 a coisa flui muito bem com Carille: em 40 partidas oficiais no ano, o Timão venceu 25, empatou 13 e perdeu apenas duas. Neste momento, a equipe não perde há 27 jogos em sequência. Números que, obviamente, impressionam.

Confira abaixo como Carille fez a Fiel esquecer de Tite:

DEFESA ARRUMADA

O Corinthians havia virado uma peneira com Cristovão e Oswaldo. A defesa, que sempre foi referência com Mano Menezes e Tite, vivia momento irregular. Com contratações pontuais (Pablo para a zaga e Gabriel para o meio) e muito treinamento, Carille retomou o padrão que estava esquecido. São só 21 gols sofridos em 40 jogos oficiais em 2017. No Brasileirão, a equipe tem de novo a melhor defesa, com apenas cinco sofridos. E um detalhe: são sete jogos seguidos sem ser vazado no torneio.

ATAQUE EM ORDEM

O ano começou com o Corinthians enfileirando vitórias por 1 a 0 no Campeonato Paulista. Na reta final do estadual, porém, o Timão se ajustou no 4-2-3-1, encontrou a melhor forma de jogar, e os gols começaram a sair sem parar. Jô, por exemplo, já anotou 14. O Timão passou em branco em apenas cinco dos 40 jogos oficiais de 2017.

REINADO NOS CLÁSSICOS

O ano de 2016 ficou marcado pelo baixo aproveitamento do Corinthians em clássicos: foram seis derrotas, um empate e apenas duas vitórias. Mesmo com Tite até junho, o Timão não teve um bom desempenho diante dos rivais. Mas 2017 veio para ser diferente… Em nove disputados até aqui (contando o 0 a 0 com o São Paulo no Torneio da Flórida), o Timão venceu seis e empatou dois.

GRUPO UNIDO

Tite talvez seja o melhor gestor de pessoas do futebol brasileiro. Carille soube observar bem isso no período como auxiliar e hoje replica o que aprendeu. O técnico manteve o rodízio de capitães, o que incentiva lideranças, não expõe falhas individuais dos jogadores publicamente e motiva os reservas no dia a dia para que, quando entrem, deem conta do recado. Pedro Henrique, Paulo Roberto e Marquinhos Gabriel são exemplos de suplentes que, quando jogaram, foram bem.

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FALA MUITO? SÓ O NECESSÁRIO!

Nos dias de preparação de jogos, Carille e os auxiliares Leandro da Silva (o Cuca), Fabinho e Osmar Loss despejam nos jogadores o máximo de informações possíveis sobre os modelos de jogo de seu time e do adversário. As preleções antes dos jogos, porém, são curtas. Isso porque a comissão acredita que palestras longas não prendem a atenção dos jogadores.

Minutos antes de entrar em campo, o técnico volta a falar, mas pouco. Ao reunir o grupo na roda do vestiário, geralmente pede atenção em alguns determinados pontos e logo passa a palavra ao capitão da rodada. Uma forma de dizer que, a partir dali, a responsabilidade é dos atletas.

SEM CRISE

Em sete meses de Corinthians, Carille ainda não se envolveu em nenhuma polêmica. Não brigou com jogador, não teve problemas com adversários, não xingou repórter em entrevista coletiva… O mais perto disso que chegou foi o afastamento do volante Cristian. Sempre com tom de voz calmo e respostas objetivas, o treinador não tem dado margem para duplas interpretações. Com só duas derrotas no ano, o corintiano teve pouco a reclamar até hoje.

METODOLOGIA DE TREINOS

Carille não esconde de ninguém que manteve no Corinthians muitos dos treinos que Tite aplicava na equipe em 2015 e 2016. Ex-zagueiro, ele segue dando muita atenção aos trabalhos defensivos, principalmente no “treino fantasma” dos titulares, promovido na véspera dos jogos, com foco em trabalhos de bola parada. São os auxiliares que comandam os demais jogadores nos treinos técnicos (de finalização, por exemplo). O trabalho, porém, é bastante integrado e organizado.

Por Marcelo Braga, São Paulo/globoesportes.com

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