Presidente Jair Bolsonaro bate continência ao ser recebido em Israel pelo premier Benjamin Netanyahu Foto: RONEN ZVULUN / REUTERS
— Você abre um escritório quando não pode abrir uma embaixada, e é sempre por alguma limitação ou constrangimento político —explicou uma fonte diplomática.
Nos casos de Ramallah e Taipé, este é exatamente o motivo. O Brasil optou pelos escritórios já que, em ambos os casos, existem situações políticas que tornam complicada a abertura de uma embaixada. No caso de Jerusalém, apontaram as fontes consultadas, “uma decisão dessa magnitude teria aberto uma frente de conflito de consequências imprevisíveis com o mundo árabe”.
Os números referentes ao comércio exterior brasileiro explicam a preocupação do setor exportador. Em janeiro passado, as vendas de produtos brasileiros para os mercados árabes alcançaram US$ 1,2 bilhão, o que representa um aumento de 18% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Foi o maior resultado para janeiro dos últimos dez anos, de acordo com dados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
Em volumes, as vendas para a região aumentaram 9% na mesma comparação, chegando a 4,3 milhões de toneladas. O bloco respondeu por 6,4% do total exportado pelo Brasil no primeiro mês de 2019.
O Escritório de Representação funciona quase como uma embaixada e é chefiado por um embaixador. Diplomata de carreira, o embaixador Francisco Mauro Brasil de Holanda é o representante do Brasil junto ao Estado da Palestina desde fevereiro de 2016.
Já o Escritório de Negócios opera mais como um consulado, e o de Taipé é atualmente administrado por um conselheiro.
— No caso de Jerusalém, a criação do Escritório de Negócios poderia gerar uma tensão com a embaixada de Tel Aviv, já que trata-se, claramente, de uma jogada política. Não se descarta, até mesmo, o envio de um embaixador — concluiu uma das fontes.
O Globo