Quatro em cada 10 brasileiros não têm esgoto tratado, diz ministério

Coleta de esgoto beneficia apenas 61,9% da população, o que, na prática, significa que quase 40% dos brasileiros não são contemplados

    • Do R7

Quase 40% da população não tem esgoto tratado

Lalo de Almeida/Folhapress

A cobertura de esgotamento sanitário em áreas urbanas beneficia 61,8% da população. Isso significa, na prática, que quatro em cada dez brasileiros não tem acesso a coleta de esgoto. É o que afirma Luiz Antonio Pazos, coordenador-geral de gestão integrada na secretaria nacional de saneamento, integrada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

“A cobertura de esgotamento sanitário na área urbana está em 61,9%, é muito baixa em comparação com o fornecimento de água tratada. Metade da população brasileira basicamente tem a coleta de esgoto”, disse o coordenador-geral.

Os dados constam no SNIS (Diagnóstico do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), divulgado nesta terça-feira (15) pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. O levantamento é feito com base em informações de 10.229 empresas de água, esgotos, manejo de resíduos sólidos urbanos e drenagem e manejo de águas pluviais de todo o País.

Além da análise sobre a coleta de esgoto, Pazos também revelou que apenas 49,1% do esgoto coletado é tratado, o que leva a outros problemas como a deterioração de “corpos hídricos (rio, lago, córrego, entre outros) que estão recebendo isso (esgoto), e se torna um problema ambiental. É o maior projeto de meio ambiente que devemos ter”, afirmou.

Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional, disse que o sanenamento é um fator civilizatório, para evitar a propagação de doenças e a mortalidade infantil, que permanecem no Brasil por conta da “fragilidade no setor”.

“Com esse novo marco vamos ter a ferramenta necessária para dar a velocidade necessária e buscar a universalização. Metade da população não tem tratamento de esgoto adequado, um quinto (20% aproximadamente) não tem água tratada em regiões de grandes mananciais de água doce, temos três mil lixões espalhados pelo país”, avaliou Marinho.

Iniciativa privada

Para o ministro, a definição pelo marco é essencial para construção jurídica que permita que a iniciativa privada “se associe aos governos federais, estaduais e municipais e alcançarmos esses objetivos”.

Essa parceria, na prática, já ocorre, segundo Luiz Antonio Pazos, coordenador-geral de gestão integrada na secretaria nacional de saneamento. De acordo com ele, o país já tem 19 consórcios públicos declarados em 2260 municípios.

“Essa forma de prestação de serviço já é consolidada. Temos 1438 municípios com coleta seletiva, 2274 municípios sem coleta seletiva e 1858 municípios não informaram a situação da coleta de resíduos”, ressaltou Pazos.

Comentários no Facebook

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here