Protestos contra invasão russa na Ucrânia tomam as ruas em várias cidades do mundo

Manifestações foram registradas em Geórgia, Argentina, Canadá, Itália, Brasil e outros países.

Manifestantes seguram bandeiras e placas contra a invasão russa à Ucrânia, em Roma, na Itália Foto: ANDREAS SOLARO / AFP

Com marchas à luz de tochas ou simples caminhadas nas ruas, as manifestações de solidariedade com a Ucrânia e contra a invasão russa estão se multiplicando em todo o mundo, da Argentina à Geórgia e à Itália.

Quase 30 mil pessoas se reuniram na noite de sexta-feira na Geórgia, um antigo país soviético. A guerra, que segundo Kiev já custou a vida de pelo menos 198 civis, provocou um sentimento de déjà vu na Geórgia, também vítima de uma devastadora invasão russa em 2008.

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Manifestantes marcharam pela rua principal da capital, Tbilisi, agitando bandeiras ucranianas e georgianas e cantando os hinos de ambos os países.

 

— Temos compaixão pelos ucranianos, talvez mais do que por outros países, porque conhecemos a agressão bárbara da Rússia em nosso solo — disse à AFP Niko Tvauri, motorista de táxi de 32 anos.

 

— Ucranianos, georgianos, o mundo inteiro deve resistir a Putin, que quer restaurar a União Soviética — disse Meri Tordia, professora de francês de 55 anos. — A Ucrânia está sangrando e o mundo está assistindo e falando sobre sanções que não podem parar Putin.

Em Roma, uma marcha à luz de tochas de milhares de participantes desfilou na noite de sexta-feira para o Coliseu. “Putin, assassino!”, “Sim à paz, não à guerra”, “Banir a Rússia de Swift”, podia ser lido nas faixas.

 

Outros cartazes mostravam o presidente russo com a mão manchada de sangue no rosto, ou o comparavam a Hitler com a menção: “Você sabe reconhecer a História quando ela se repete?”.

— Sempre estivemos perto do povo ucraniano. A partir daqui, nosso sentimento de impotência é enorme. Não podemos fazer mais nada no momento — disse à AFP Maria Sergi, 40, italiana nascida na Rússia. — Vladimir Putin causou muitos danos, inclusive ao seu próprio povo. Temos muitos amigos que sofreram muito por causa de sua política.

Em Atenas, na noite de sexta-feira, em frente à embaixada russa, mais de 2 mil pessoas se reuniram a pedido do Partido Comunista Grego e do Partido de Esquerda Radical Syriza. Tradicionalmente pró-russos, esses partidos denunciam “a invasão da Ucrânia pela Rússia” e uma “guerra imperialista contra um povo”.

Manifestações de solidariedade fora da Europa

Tóquio, Taipé, Curitiba, Nova York e Washington também foram palco de manifestações.

Na Argentina, cerca de 2 mil pessoas, incluindo imigrantes ucranianos e argentinos de ascendência ucraniana, manifestaram-se nesta sexta-feira em Buenos Aires, pedindo à embaixada russa “a retirada incondicional” das tropas “assassinas” de Putin.

— Russos e ucranianos têm muito em comum. Então meu sentimento principal é raiva. A última coisa que imaginei era que os russos viriam para matar meu povo — disse à AFP à beira das lágrimas Tetiana Abramchenko, de 40 anos, que chegou com a filha à Argentina em 2014, após a anexação russa da Crimeia

Em Montreal, no Canadá, dezenas de pessoas não hesitaram na tarde de sexta-feira em enfrentar uma tempestade de neve para protestar sob as janelas do consulado-geral da Rússia. “Putin, tire suas mãos da Ucrânia”, eles cantavam em coro.

— Eu sou contra esta guerra — diz Elena Lelièvre, 37 anos. — Espero que este seja o começo do fim deste regime.

Com o cabelo escondido sob um boné verde, Ivan Puhachov, estudante de ciência da computação da Universidade de Montreal, disse estar “aterrorizado” com a situação, pedindo que equipamentos militares adicionais fossem enviados para seu país, onde sua família mora.

 

Alguns manifestantes seguravam um retrato de Vladimir Putin coberto com uma mão ensanguentada, outros carregavam bandeiras ucranianas ao vento.

 

Outras manifestações também foram organizadas em Halifax, Winnipeg, Vancouver e Toronto nos últimos dias.

O Globo

 

 

 

 

 

 

 

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