Crescimento da economia brasileira no ano passado foi igual ao registrado em 2017, o que mostra que a recuperação segue lenta. No 4º trimestre, PIB avançou apenas 0,1%.
Por G1
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,1% em 2018, na segunda alta anual consecutiva após 2 anos de retração. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB em 2018 totalizou R$ 6,8 trilhões.
O resultado da economia brasileira no ano foi decepcionante, repetindo o avanço registrado em 2017, quando a economia brasileira também registrou crescimento de 1,1%, mas veio dentro do esperado pelo mercado, que ao longo do ano foi revisando seguidamente para baixo as projeções para o PIB.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Evolução do PIB ano a ano — Foto: Juliane Souza/G1
Setor de serviços foi destaque do ano
Segundo o IBGE, o crescimento de 2018 foi garantido pelo setor de serviços, que respondem por 75,8% do PIB. As sete atividades do setor tiveram taxas positivas, com destaque para as atividades imobiliárias, que cresceram 3,1%, e o comércio, que teve alta de 2,3%.
Veja os principais destaques do PIB em 2018:
- Serviços: 1,3%
- Indústria: 0,6%
- Agropecuária: 0,1%
- Consumo das famílias: 1,9%
- Consumo do governo: 0
- Investimentos: 4,1%
- Construção civil: -2,5%
- Exportação: 4,1%
- Importação: 8,5%
PIB cresce apenas 0,1% no 4º trimestre
No 4º trimestre, o PIB cresceu 0,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, na 8ª alta consecutiva nessa base de comparação. Frente ao mesmo período de 2017, o avanço foi de 1,1%.
O IBGE revisou os dados do PIB dos últimos trimestres. No 4º tri de 2017, a alta foi de 0,3%, ao contrário dos 0,2% divulgado anteriormente. No 1º tri de 2018, o crescimento foi de 0,4%, ao invés de 0,2%. No 2º tri, houve estabilidade e não a alta de 0,2% que havia sido divulgada. E no 3º tri o crescimento foi menor que o apurado antes: a alta de 0,8% foi revisada para 0,5%.
O que o PIB tem a ver com o nosso dia a dia?
Perspectivas para 2019
Apesar da melhora da confiança e otimismo de empresários e consumidores, a safra dos números do fim de 2018 e de início de 2019 revelou uma perda de ritmo da economia e um desempenho mais fraco da atividade do que o esperado por boa parte dos analistas.
Essa decepção ocorreu em todos os setores: no varejo, no serviços e, sobretudo, na indústria. E o resultado do mercado de trabalho também foi considerado fraco. No ano passado, a taxa média de desocupação foi de 12,3%, pouco inferior aos 12,7% de 2017. Em janeiro, a taxa de desemprego aumentou para 12%, atingindo 12,7 milhões de pessoas, segundo divulgou na véspera o IBGE.
Na esteira desses números, nas últimas semanas, parte dos bancos e consultorias começaram a revisar para baixo as projeções para o crescimento da economia brasileira.
O banco Itaú, por exemplo, reduziu a previsão de crescimento do PIB em 2019 de 2,5% para 2%. Na média, os analistas do mercado financeiro projetam uma alta de 2,48% neste ano, segundo a pesquisa Focus do Banco Central.
Os analistas avaliam que a economia só deve ganhar tração neste ano se o governo conseguir aprovar a reforma da Previdência, considerada fundamental para o acerto das contas públicas, melhora do ambiente econômico, aumento dos investimentos privados e para a criação de mais empregos.
Para o ano que vem, a expectativa do mercado financeiro para expansão da economia é de alta de 2,65%, segundo a pesquisa do BC.