Piauí: só um ex-prefeito no estado terá que devolver R$ 16 milhões aos cofres públicos

TCE dá continuidade a tomada de contas especial em face de uma gestão considerada desastrosa que ocorreu em Uruçuí – na verdade, uma delas.

EX PETISTA

– Uma das decisões tomadas pelo TCE sobre esse caso foi para que ele fosse comunicado à Procuradoria Regional da República e ainda à Polícia Federal. Gestão é marcada pela suspeita do uso de notas frias

– Em 2016, o Blog Bastidores noticiava que o ex-gestor havia postado em rede social sua opinião sobre o TCE, rotulando a Corte de um Tribunal político, que não sabia o que era governar uma cidade como Uruçuí (Clique e relembre).

UM CASO QUE SE ARRASTA HÁ ANOS CHEGA MAIS PERTO DO SEU DESFECHO

Ao se analisar documentos referentes às gestões em Uruçuí, a impressão que se tem é que o município sempre foi saqueado e apresentou aos seus cidadãos, perante as urnas, maus políticos, principalmente, quando se analisa as investigações envolvendo o governo do ex-gestor Valdir Soares da Costa.

As ocorrências são datadas ainda de 2012 e uma das frentes de investigação sobre esse período perduram até os tempos atuais, em face de um recurso de reconsideração apresentado por parte do ex-prefeito, quando ainda em 2016 o Tribunal de Contas havia determinado a abertura de tomada de contas especial para reaver a quantia de cerca de R$ 16 milhões.

A maior parte desse valor diz respeito à “movimentação indevida de recursos nas contas bancárias”, cerca de R$ 11 milhões. A outra parte é por “ausência de prestação de contas no período de novembro e dezembro de 2012”, o final de um governo. Agora o político se vê às voltas com um processo que se aproxima de sua fase final.

Valdir foi prefeito de Uruçuí no período compreendido entre 1 de janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2012 e deixou um rastro inimaginável de má-administração em uma gestão pública.

Só de ausência de licitações totaliza exatos R$ 4.464.404,49.

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SEM LICITAÇÃO

– Aluguel de veículos no valor de R$ 1.497.789,50;

– Alimentos destinados à merenda escolar no valor de R$ 244.794,34;

– Material de consumo à cifra de R$ 84.682,51;

– Material de limpeza no valor de R$ 25.296,66;

– Serviço de limpeza e conservação da ordem de R$ 669.365,00;

– Serviço de pavimentação no município no valor de R$ 404.022,00;

– Recuperação de estradas, com montante de R$ 1.065.858,56;

– Serviço de reforma de mercado público no valor de R$ 91.720,00;

– Ampliação de praça, que custou R$ 91.720,00;

– Reforma e ampliação de praça com preço de R$ 91.600,00;

– Além de serviços de restauração de ponte, da ordem de R$ 289.275,92.

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A tirar por esses números, sem que houvesse licitação, Valdir Soares da Costa poderia ser qualquer coisa que quisesse, menos o gestor de um município. Isso fora do País, claro. Porque no Brasil, principalmente, no Piauí, tal ocorrência é mais comum do que o cidadão imagina.

E isso tudo é o mínimo. O gestor, em outro descaso – um dos muitos existentes, não comprovou até agora como gastou R$ 1,5 milhão com alugueis de veículos para transportes de pessoas em supostos contratos com as empresas R.R. de Sousa Transporte e Eventos EPP e Pereira Lima Turismo LTDA.

Sua gestão também é permeada pela “existência de notas fiscais frias em nome de empresas citadas em investigação da Polícia Federal”, a famosa Operação Geleira, “revelando que o município adquiriu mercadorias junto a essas empresas”.

NOTIFICADO

O relator do caso, Allisson Araújo, mandou citar o ex-gestor para que apresentasse defesa no sentido de explicar sobre tais ocorrências, algo que se desenha mais impossível ainda à medida que o tempo passa.

O ex-gestor terá 30 dias a contar do retorno da notificação aos autos para se manifestar sobre os resultados da tomada de contas especial.

Uruçuí, por sua vez, parece que tem uma sina.

Valdir Soares deixou o PT há cerca de dois anos.

180 graus

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