Mourão: Jair Bolsonaro não tinha ciência da divulgação de umvídeo pró-golpe

BRASÍLIA — O presidente em exercício Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira que, ao contrário do que disse na segunda, o presidente Jair Bolsonaro não tinha ciência da divulgação de umvídeo pró-golpe por um número de WhatsApp da Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto.

De saída do gabinete da Vice-Presidência no fim da manhã da segunda, Mourão foi questionado pelo GLOBO se achava adequado o Planalto ter divulgado o material no dia em que o golpe completou 55 anos erespondeu apenas que foi “decisão do presidente” . A reportagem então repetiu a pergunta, ao que o presidente em exercício confirmou:

Procurada, a assessoria da Presidência informou que não irá comentar o assunto. No domingo, apenas confirmou que o vídeo foi enviado em uma lista de transmissão da Secom.

Nesta terça-feira, o empresário paulista Osmar Stábile divulgou um comunicado declarando ser o “autor-produtor” do filme , que segundo seu advogado foi enviado em grupos de WhatsApp para amigos.

De acordo com a nota, a produção foi feita espontaneamente e paga pelo próprio Stábile. O advogado Piraci Oliveira afirmou que não foram usados recursos públicos, mas não quis informar quanto custou a produção –“foi privada”. Ele disse não saber como o filme foi parar na Secretaria de Comunicação da Presidência da República –que até o momento não explicou por que distribuiu o vídeo por um canal oficial.

O vídeo

Na peça, um senhor diz que quem tem a idade dele se lembra de um momento de “escuridão” para o país. Descreve essa época como um “tempo de medos e ameaças”, em que os “comunistas prendiam e matavam seus compatriotas”. Sugere aos jovens que consultem jornais e filmes do período para saber que “havia medo no ar”, “greve nas fábricas”, “insegurança”. O narrador diz, então, que o Brasil se “lembrou” que “possuía um Exército” e, segundo ele, o povo conclamou pela ação dos militares.

No filme, o ator Paulo Amaral, localizado nesta segunda pelo GLOBO, diz que quem tem a idade dele — não informada à reportagem — se lembra de um momento de “escuridão” para o país. Descreve essa época como um “tempo de medos e ameaças”, em que os “comunistas prendiam e matavam seus compatriotas”. E sugere aos jovens que consultem jornais e filmes do período para saber que “havia medo no ar”, “greve nas fábricas”, “insegurança”.

O narrador diz, então, que o Brasil se “lembrou” que “possuía um Exército” e, segundo ele, o povo conclamou pela ação dos militares. “O Exército nos salvou. O Exército nos salvou. Não há como negar. E tudo isso aconteceu num dia comum de hoje, um 31 de março. Não dá para mudar a história”, diz o ator no vídeo. Com quase dois minutos, o material não tem um selo indicando sua origem e termina com a mensagem de que os militares não querem “palmas nem homenagens”. “O Exército apenas cumpriu o seu papel”, registra o vídeo.

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