Jovens em tratamento contra drogas correm o risco de voltarem às ruas

 

Uma decisão polêmica pode deixar sem tratamento centenas de jovens que são dependentes químicos e que, hoje, contam com o trabalho desenvolvido nas comunidades terapêuticas para se libertarem do vício do álcool e de outras drogas. A juíza federal Joana Carolina Lins acatou o pedido da Defensoria Pública de 5 Estados e da própria Defensoria Pública da União para que esses adolescentes deixem as comunidades e passem a ser atendidos na Rede de Atenção Psicossocial mantida pelo SUS. A decisão também determina o fim do repasse financeiro federal para as comunidades terapêuticas.

Só em Teresina são cerca de 120 jovens em tratamento de recuperação na Fazenda da Paz, Casa do Oleiro, Casa de Ester e Shalom. Nesses lugares, eles recebem acompanhamento médico, estudam e trabalham e alcançam um bom percentual de reabilitação. Fechar essas comunidades, que são as únicas que efetivamente agem na recuperação desses menores é um desastre social porque vai levar os jovens que precisam de um acompanhamento de volta para as ruas e para o contato com as drogas.

Segundo a decisão judicial, alheia à realidade social de como funciona o tratamento de recuperação de jovens em situação de drogadição, esse acompanhamento deve ser feito pela Rede de Atenção Psicossocial mantida pelo Ministério da Saúde que, na prática, não funciona. Ou, pelo menos, não como deveria, segundo profissionais de saúde mental ouvidos pela coluna.

A droga é hoje um dos maiores problemas sociais porque é porta de entrada para vários crimes. Acabar com um tratamento que vem dando resultados positivos é desastroso.

cidadeverde.com/Claudia Brandão

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