Como evitar a raiva humana, doença que fez 1ª vítima após 14 anos no RJ

Transmitida por mordida de animais, enfermidade não tem tratamento e letalidade é perto de 100%; Mas vacina evita a infecção

    • Do R7

Morcegos são principais transmissores do vírus da raiva

Pixabay

Sem qualquer morte por raiva humana no estado desde 2006, o estado do Rio de Janeiro emitiu um alerta, na última terça-feira (16), após a confirmação de que o vírus foi o responsável pela morte de uma adolescente de 14 anos.

Infectologistas ouvidos pelo R7 alertam que a chance de óbito daqueles contaminados pela raiva é de quase 100%. Isso se deve ao fato de a doença não ter tratamento. No entanto, é possível prevenir a contaminação

Munir Ayub, infectologista e consultor da SBI (Socidedade Brasileira de Infectologia) explica que, nos casos de um ferimento “muito importante”, seja por um cachorro com sintomas de raiva ou no caso de qualquer contato com morcegos, a pessoa “deve procurar um pronto socorro e tomar tanto a vacina antirrábica quanto o soro contendo o anticorpo imunoglobulina (também chamada de Gamaglobulina)”.

O especialista ainda explica que, embora o período de incubação da raiva possa chegar a três meses, as medidas de prevenção para a doença devem ser tomadas no momento do acidente, para que “haja tempo de se produzir anticorpos”.

Alberto Chebabo, vice-presidente da SBI, reitera os cuidados que se deve ter após qualquer contato com morcegos. “Por se tratar de um animal silvestre, é impossível fazer qualquer acompanhamento para se descobrir se ele está ou não com o vírus da raiva”.

Além disto, Munir explica que o morcego é portador do vírus, portanto, ele pode carregar a raiva durante toda a vida sem adoecer ou morrer em decorrência dela. “Por isso que qualquer mordida é sempre complicada.”

Apesar do risco de acidente com morcego ser maior na zona rural, Alberto destaca que há uma grande população destes animais em grandes cidades. “Já foi feita uma avaliação no Rio de Janeiro e foi constatada a presença de morcegos contaminados pelo vírus”, conta.

Ayub ainda esclarece que qualquer animal é capaz de transmitir a raiva. E entre a contaminação, desenvolvimento da doença e a morte não costuma levar mais do que 48 horas.

Os dois infectologistas fazem as mesmas recomendações para quem for mordido por algum animal com suspeita de raiva ou tiver qualquer contato com morcegos.

– Deve-se procurar atendimento médico imediatamente e sempre considerar qualquer acidente como um acidente de risco;

– Qualquer mordedura deve ser lavada com água e sabão em abundância;

– Não se deve chupar a mordida, fazer torniquete ou jogar álcool ou qualquer outro líquido para limpeza.

Apesar de todos os medicamentos serem gratuitos e distribuídos pelo Ministério da Saúde, Alberto relata que, no Rio de Janeiro, “nós temos um problema grave que é a falta de soro e de vacina, que é muito frequente”.

Segundo ele, “normalmente as pessoas tem de ficar procurando em qual unidade tem o soro para poder fazer o tratamento”.

O infectologista explica que o soro normalmente vai estar em unidades de emergência, “em uma ou duas, na cidade do Rio de Janeiro”, e a vacina é encontrada nas unidades básicas, pois são várias doses, que devem ser acompanhadas nestas unidades

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