Bolsonaro retorna a Brasília após viagem a países da Ásia

Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília

Jair Bolsonaro volta ao Brasil nesta quinta (31)

O presidente Jair Bolsonaro retornou a Brasília na manhã desta quinta-feira (31), após uma viagem de quase duas semanas por Japão, China, Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita.

Bolsonaro desembarcou na base aérea da capital e seguiu direto para a residência oficial do Palácio da Alvorada. Não havia apoiadores à espera do presidente, que não concedeu entrevista na chegada.

Bolsonaro encerrou o tour internacional em meio aos desdobramentos da informação, divulgada pelo Jornal Nacional na terça-feira (29), da menção ao nome do presidente feita pelo porteiro do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, onde mora Bolsonaro e Ronie Lessa, principal suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

O porteiro contou à polícia que horas antes do crime, em 14 de março, outro suspeito do crime, Elcio Vieira de Queiroz, disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. O porteiro ligou para a casa de Bolsonaro e obteve autorização para a entrada de Elcio. Ele confirmou em dois depoimentos que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do “Seu Jair”.

Na quarta (30), o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que a declaração do porteiro não condiz com a verdade (veja no vídeo abaixo). Um áudio obtido na investigação da morte da vereadora mostra que foi Ronnie Lessa quem liberou a entrada de Élcio de Queiroz no condomínio horas antes do crime. Suspeitos de serem os autores do assassinato, os dois estão presos desde março deste ano.

MP diz que depoimentos do porteiro do condomínio de Bolsonaro não condizem com a realidade

Previdência

Durante a viagem de Bolsonaro, o Senado aprovou em segundo turno a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, principal projeto enviado pelo presidente ao Congresso em seu primeiro ano de mandato.

Com a aprovação em segundo turno, o texto aguarda para ser promulgado. Agora, a equipe econômica do governo trabalha em outras reformas, como a administrativa e a do pacto federativo.

Bolsonaro deverá discutir com seus auxiliares detalhes das propostas que serão discutidas por deputados e senadores.

Disputa PSL

Bolsonaro viajou em meio ao racha de seu próprio partido, o PSL, que resultou na mudança do líder da sigla na Câmara. Após uma sucessão de listas para emplacar o líder, o deputado Delegado Waldir (GO) perdeu o posto para Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente.

Bolsonaro se empenhou para ajudar a tornar o filho líder do partido, mais um capítulo da queda de braço com o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE). Como Eduardo assumiu a liderança do PSL, ele optou por desistir da indicação para chefiar a embaixada do Brasil em Washington.

Um dos capítulos mais recentes da briga interna do PSL foi um pedido feito por Bolsonaro e mais 23 parlamentares à Procuradoria-Geral da República, de bloqueio de repasses do fundo partidário ao PSL e o afastamento de Bivar do comando da sigla (veja no vídeo abaixo). O pedido alega que há elementos de ilegalidades cometidas pela direção do partido.

Óleo nas praias nordestinas

Outro tema que mobilizou autoridades no Brasil durante a viagem de Bolsonaro foi o derramamento de óleo na costa brasileira, que levou manchas da substância a praias dos estados do Nordeste.

Com apoio de voluntários, o governo empregou militares para conter o óleo e limpar as praias. Junto, as autoridades brasileiras tentam descobrir como o óleo foi derramado.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou na quarta que o governo está próximo de identificar o responsável pelo desastre ambiental. O comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior, informou que as investigações se concentram em 10 embarcações como suspeitas de terem derramado o óleo.

12 dias de viagem

Bolsonaro cumpriu um roteiro de 12 dias pela Ásia e Oriente Médio, no qual apresentou a líderes estrangeiros, integrantes de famílias reais e empresários as reformas em curso no país e oportunidades de negócio nas áreas de defesa, agropecuária e infraestrutura.

Um dos projetos badalados por Bolsonaro durante a viagem foi o programa de concessões. O presidente convidou investidores a participar do megaleilão de petróleo do pré-sal previsto para novembro.

O primeiro destino de Bolsonaro foi o Japão, onde ele acompanhou a cerimônia de entronização do imperador Akihito. Na solenidade, o Japão apresentou a autoridades locais e estrangeiras o imperador, que assumiu o trono em abril.

Na China, em busca de ampliar as exportações do Brasil para o seu principal parceiro comercial, Bolsonaro se reuniu com políticos, com destaque para a reunião com o presidente chinês Xi Jinping. Ele foi presenteado por Bolsonaro com uma camisa do Flamengo.

Já nos países árabes o presidente procurou investimentos dos fundos soberanos das nações, alimentados por recursos da exploração de petróleo. Na Arábia Saudita, Bolsonaro anunciou um acordo com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman para que o país invista US$ 10 bilhões no Brasil. Será criado um conselho de cooperação binacional para definir o destino do dinheiro.

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