Uma segunda reunião a portas fechadas com os principais representantes do policiamento do Piauí foi realizada, na tarde desta terça-feira (22), na sede da Secretaria de Segurança Pública, para discutir os incêndios de três ônibus ocorridos na madrugada de hoje em Teresina (PI). Há suspeita de que a ordem para que se ateasse fogo nos veículos tenha partido de dentro de presídios da capital. O Corpo de Bombeiros também participou da reunião.
O secretário estadual de Segurança Pública, Fábio Abreu, informou ao Cidadeverde.com que os policiais estarão de prontidão durante a madrugada desta quarta-feira (23) para fiscalizar e evitar qualquer tipo de situação parecida com a que ocorreu hoje.
“Estamos dando uma maior atenção para estes últimos acontecimentos. O nosso objetivo para esta madrugada é estar de sobreaviso, de prontidão. Também existe dentro da nossa estratégia o uso gradual da força. Com a possibilidade de termos outra atividade como aconteceu nós vamos intensificar as ações”, disse.
Também estão presentes na reunião o secretário de Justiça, Daniel Oliveira, e o delegado geral da Polícia Civil, Riedel Batista, o delegado Laércio Evangelista e o coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), Willame Morais, que coordena uma investigação sobre os incêndios.
Até o momento, não há informação de prisões de suspeitos de praticarem os atos de vandalismo da última madrugada. Os incêndios ocorreram com um ônibus na Curva São Paulo, dois ônibus no Planalto Uruguai, e dois veiculos (Hillux e Pálio) no Monte Castelo.
Sobre a possibilidade desses incêndios serem criminosos e terem partido de um dos presídios do Piauí, o secretário Fábio Abreu informou que aguarda o resultado da investigação do Greco e da perícia, mas não descarta essa possibilidade. “Uma investigação foi aberta pela Polícia Civil. Vamos aguardar para saber se esses incêndios são criminosos, estão relacionados a qualquer outro tipo de ação criminosa em presídio, por exemplo, ou apenas se é um ato de vandalismo”, completou.
Nos motins da noite do último domingo na Casa de Custódia e Colônia Agrícola Major César Oliveira, câmeras de segurança das unidades prisionais foram destruídas e surgiu a informação de que haveria retaliação por parte dos detentos contra as medidas de vigilância, com o incêndio de ônibus na capital. A suspeita ainda é investigada pela polícia.
O secretário Daniel Oliveira ressaltou que a Sejus atua em parceria com a Segurança para investigar essa possibilidade. Os resultados dos inquéritos que investigam o motim e os incêndios serão comparados e analisados para identificar se existe alguma relação. De acordo com ele, todas as linhas de investigação estão sendo discutidas.
“A Secretaria de Justiça está trabalhando em conjunto com a Segurança para continuar avançando no monitoramento e de ações na área de segurança pública e inteligência. Essa reunião foi nesse sentido. Traçamos novas estratégias de trabalho para o final deste mês de agosto em operações dentro do sistema prisional para evitar incidentes como ocorreu no ultimo domingo”.
O diretor da Casa de Custódia, tenente da Polícia Militar, Jean Carlo Bezerra, informou ao Cidadeverde.com que “no momento a unidade está tranquila, o motim foi controlado com a ajuda da Polícia Militar, do Bope e agentes penitenciários”. Vistorias estão sendo realizadas no local, também para ajudar na identificação de novos detentos que participaram do movimento. Sobre a estrutura, ele ressaltou que, praticamente, não foi atingida.
O secretário Daniel Oliveira solicitou um levantamento a equipe de engenharia da Sejus para analisar os dados. O documento ainda não foi concluído. Os detentos identificados e que participaram do motim irão responder por crime ao patrimônio público.
Carlienne Carpaso (flash)
Fábio Lima (Da Redação)
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