Análise: Palmeiras tem 45 minutos bons, mas cansa e sofre de verdade no Equador

“Saber sofrer” é uma das expressões da moda do futebol brasileiro. Foi utilizada por Zé Roberto na terça-feira como receita para o que seria preciso fazer diante do Barcelona de Guayaquil no dia seguinte, pelas oitavas de final da Libertadores. O Palmeiras foi até melhor nos 45 minutos iniciais e aguentou bem a pressão em boa parte do jogo no Equador, é verdade, mas sofreu o gol da derrota nos acréscimos.

A escalação pareceu acertada. Sem Guerra, seu jogador mais cerebral, que retornou a São Paulo para acompanhar a recuperação do filho (leia mais aqui), a opção inicial de Cuca foi Zé Roberto. Atrás do veterano, que completa 43 anos nesta quinta-feira, dois volantes (Bruno Henrique e Thiago Santos), laterais mais defensivas (o zagueiro Juninho na esquerda, e o volante Tchê Tchê na direita) e protegidas por Luan e Mina.

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Bem postado para explorar o contra-ataque com Dudu, Willian e Borja, o Palmeiras cumpriu à risca a ideia do treinador no início de jogo. Adiantou a marcação e quase abriu o placar no primeiro minuto, quando o goleiro Banguera saiu jogando mal, entregou a bola nos pés de Willian e por pouco não foi encoberto de fora da área.

A isca quase funcionou aos 20 minutos. Dudu arrancou do campo de defesa, deixando o primeiro marcador para trás, e enfiou ótimo passe para Willian. Sem ser acompanhado pelo lateral-esquerdo Pineida, que acusou dores e não conseguiu correr, o atacante chutou cruzado e só não balançou a rede porque o goleiro deu um leve desvio com o pé para tirar a bola para escanteio.

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Antes da cobrança, o Barcelona substituiu Pineida (machucado) por Valencia, que foi para a lateral direita e deslocou Velasco à esquerda. Aí o time equatoriano começou a dar trabalho a Juninho. Zé Roberto ofereceu apoio, mas a cobertura mais eficiente foi a do zagueiro Luan – líder em desarmes, com oito ao todo. Até aí, tudo bem.

No retorno do intervalo, porém, o jogo foi outro. Acuado, o Palmeiras passou a encontrar enorme dificuldade para segurar a bola, com a qual ficou em apenas 42% do tempo passados 90 minutos, talvez em função da ausência de Guerra. As três alterações de Cuca foram para sacar os jogadores que menos se entregavam à marcação. Zé Roberto e Dudu, cansados, e o nada veloz Borja saíram para as entradas de Róger Guedes, Michel Bastos e Keno.

Só que a esperança de encaixar um contragolpe em velocidade não se concretizou. Em vez disso, já nos acréscimos, cada vez mais incisivo, o Barcelona encontrou um gol em finalização de fora da área que resvalou em Bruno Henrique e traiu Fernando Prass. Um gol que dá a vantagem do empate aos equatorianos e deverá fazer o palmeirense sofrer de verdade até 9 de agosto, data da partida de volta. Na arena, será preciso vencer por dois gols de diferença.

Por Tossiro Neto, São Paulo

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