Análise: Palmeiras mostra problemas de criação, mas Roger Machado resolve

Roger Machado deu um ótimo exemplo de como corrigir um time na partida contra o RB Brasil, na quinta-feira. Durante a primeira etapa da partida, a saída de bola com três jogadores utilizada pelo Verdão nos primeiros jogos da temporada não estava funcionando por dois motivos: laterais apressados e um volante com menor qualidade no passe.

Mas como assim? O primeiro elemento que prejudicou essa saída foi explicado pelo treinador na coletiva após a partida. Segundo ele, os dois laterais do Verdão estavam se projetando no campo de ataque muito rápido. Assim, quando recebiam a bola, tinham pouco tempo para executar a jogada. O outro ponto que dificultou essa saída foi o volante Thiago Santos, que diferentemente de Felipe Melo, não tem tanta qualidade no passe.

Abaixo explicamos como o problema se desenvolveu na partida, e como o treinador Roger Machado conseguiu resolver no segundo tempo.

Roger Machado na partida contra o RB Brasil (Foto: Marco Galvão / Estadão Conteúdo)

O problema

Os dois laterais do Palmeiras, Victor Luis e Mayke, afundaram muito para o campo de ataque no primeiro tempo. Quando a bola chegava para os dois zagueiros, eles forçavam o passe para eles. Os dois, porém, não tinham tempo para pensar e fazer a jogada.

Somado a isso estava Thiago Santos, autor dos dois gols do Verdão, que não se apresentou para receber a bola dos zagueiros tanto quanto Felipe Melo. E quando ele vinha buscar a bola, naturalmente não dava a mesma qualidade no passe que o “Pitbull”.

No lance do gol do RB Brasil, isso fica claro. Antônio Carlos recebe a bola de Thiago Martins, que não tinha como passar para Lucas Lima, e não vê nenhuma opção livre de marcação à frente. Thiago Santos, que deveria estar próximo dos zagueiros, afunda no campo de ataque, forçando o passe para frente. Na sequência, o RB Brasil rouba a bola e chega com igualdade numérica na área. Mas essa dificuldade na armação das jogadas foi resolvida pelo treinador.

A solução

Roger Machado percebeu isso no segundo tempo e mudou a maneira de sair jogando de sua defesa. Ele pediu para que os laterais se aproximassem da zaga, para dar uma opção “lateralizada” na saída de bola. E o treinador explicou essa mudança, veja no parágrafo a seguir:

– O posicionamento alterado foi que na saída de bola, com o adversário se defendendo, nossos laterais estavam se projetando antes do tempo para o campo de ataque. Então quando a bola era saída de um zagueiro, eles não conseguiam abrir o campo e olhar para frente, porque muito rapidamente já chegava a marcação – explicou Roger.

– O que eu pedi foi que na hora que chegasse a bola para os zagueiros, que dessemos uma opção mais lateralizada para eles. Isso não tenha dúvida que foi bem entendido. Porque às vezes você precisa sair com a linha de três, mas no intervalo eu corrigi, falei que não sairíamos com a linha de três, mas sim com a de quatro, para justamente você ter as asas mais abertas e municiar os jogadores com jogadas laterais – disse o treinador.

Veja na jogada abaixo como Mayke recua para dar essa opção mais “lateralizada” para Antônio Carlos. Do outro lado, Lucas Lima faz o mesmo, já que Victor Luis afundou no campo de ataque. O meia recebe o passe de Thiago Martins e aciona o lateral na esquerda. Isso mostra que a equipe de Roger Machado vem conseguindo assimilar suas orientações.

– Eu consigo muito mais elementos quando há uma resistência por parte do adversário, porque aí sim vai aparecer onde você precisa corrigir os posicionamentos. Nos gols deles, quando atingiram o terço final do campo, a gente estava em igualdade numérica dentro da área, e isso você dificilmente consegue intervir um cruzamento, tem que ter superioridade. Faltou cobertura, um posicionamento mais adequado do Mayke. Mas é válido por isso – finalizou o treinador.

globoesportes.com

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