Na vitória sobre o Boavista, meia substitui Jean Lucas e abre caminho para boas tramas ofensivas em time com vazio entre volantes e ataque. Defesa volta a sofrer gol em cobrança de lateral
Por Cahê Mota — Rio de Janeiro
Abel Braga preferiu ver o copo meio cheio. Perspectiva que teve nome e sobrenome na vitória sobre o Boavista: Everton Ribeiro.
A entrada do camisa 7 foi determinante para dar organização a um Flamengo que fez valer a qualidade individual para fazer 3 a 1, na noite de terça, e se garantir na semifinal da Taça GB. Everton não só participou dos gols decisivos como despertou o melhor de seus companheiros, salvando uma partida amarrada no Maracanã.
O meia foi responsável por aproximar os setores da equipe, abrindo o caminho para momentos de destaque também de Trauco, Bruno Henrique, Arrascaeta e Gabigol. Tudo isso em somente 20 minutos. O suficiente para o Flamengo vencer e apresentar mais pontos positivos do que negativos no Maracanã.
O que foi bom
Fator Ribeiro: Abel Braga demorou, mas conseguiu corrigir o problema da saída de bola a tempo do Flamengo demonstrar um bom futebol no Maracanã. E o responsável por isso foi Éverton Ribeiro.
Com a entrada do camisa 7 no lugar de Jean Lucas, a bola chegou com maior facilidade ao setor ofensivo, além da aproximação para tabelas curtas. Não à toa, Ribeiro participou dos três principais lances nos 20 minutos em que esteve em campo.
O meia trocou passes com Trauco na jogada do gol de Uribe, acertou o travessão em linda finalização dentro da área e cobrou o escanteio para o gol de Rodrigo Caio. Típico caso onde a qualidade técnica de um jogador é capaz de fazer melhorar o time todo.
Outras opções para o decorrer da partida, Bruno Henrique e Uribe também foram muito bem.
Gabriel aberto na direita: a ansiedade para balançar as redes é evidente e até natural, mas Gabigol tem se esforçado tanto que o “jejum” passa batido. Contra o Boavista, o camisa 9 teve mais uma boa atuação.
Incansável como de costume, o atacante participou bastante do jogo desde o primeiro tempo, mas parecia perdido em campo. Vezes atrás de Dourado pelo meio, outras tentando espaço junto dentro da área e até recuado no círculo central, dava a impressão de que tinha mais vontade do que se sentia à vontade em campo.
No segundo tempo, o panorama mudou. Abel puxou Arrascaeta para o meio, abriu Gabigol na direita e viu um Flamengo mais desenvolto. Fosse com tabelas, cruzamentos ou cortando para o meio para finalizar, o jovem de 22 anos se mostrou mais confortável e foi elogiado pelo treinador.
Gabigol fez mais uma boa atuação pelo flamengo — Foto: André Durão / GloboEsporte.com
Trauco e Rodrigo Caio: ambos merecem destaque pelo bom desempenho individual na noite de terça. E acabaram premiados sendo decisivos.
O zagueiro foi um dos melhores em campo. Sem culpa no gol, foi soberano no combate direto, bem na bola área e já tinha assustado duas vezes até fazer o terceiro. Ainda chamou a atenção pela qualidade técnica em duas saídas em arrancadas para o ataque. Impecável.
Já o peruano manteve a média incrível de participação em gols que apresentou nas poucas vezes em que foi utilizado no Brasileirão. Fez linda jogada e deu assistência para Uribe, a segunda em dois jogos no Carioca. É um dos mais técnicos e criativos do elenco.