Na Pré-Libertadores criou-se o estigma de que o Botafogo aprendeu a decidir fora de casa. Foi como visitante que o time de Jair varreu Colo-Colo e Olimpia do caminho. Com o tempo, no entanto, foi possível notar que o Alvinegro aprendeu a decidir. Não necessariamente como visitante. Em casa? Ainda melhor.
Devido ao passado recente de eliminações no Nilton Santos e à derrota para o Barcelona de Guayaquil, criou-se um temor, ainda que silencioso, de que o Botafogo se atrapalhava em decisões em casa. Os últimos jogos, porém, mostraram que não é bem assim. Contra Atlético-MG (Copa do Brasil) e Nacional (Libertadores) o time foi além e nem o tradicional sufoco passou. O Botafogo adotou o estilo “rolo compressor”.
Explica-se: a receita foi a mesma nas duas partidas. Intensidade, 110% de entrega e sangue nos olhos. Jogando assim, o Botafogo não deixou o Nacional respirar. Quando os uruguaios conseguiram pegar algum fôlego, já perdiam por 2 a 0, com apenas cinco minutos de jogo. Restou-lhes apelar para a violência.
– Eles sentiram nossa volúpia, nossa vontade. Olharam e viram que queríamos mais do que eles. É psicologia. Ao invés de sentarmos na vantagem, fomos para cima, mas sempre de maneira organizada. Com muita vontade e determinação conseguimos os gols no início, o que facilitou nossa classificação – analisou o técnico Jair Ventura.
Após aprender a receita de como decidir em casa e despachar Atlético-MG e Nacional, o Botafogo agora vai lá atrás, em busca da fórmula que deu muito certo no início do ano. Nas próximas semanas o time buscará uma vaga na final da Copa do Brasil contra o Flamengo e nas semis da Libertadores contra o Grêmio, sempre fazendo o segundo jogo fora de casa. Dá para duvidar do que esse time é capaz?
Por Fellipe Costa, Marcelo Baltar e Thiago Lima, Rio de Janeiro