Análise: ataque do Santos falha e aumenta ansiedade por volta de Gabigol

O torcedor do Santos temdemonstrado ansiedadepelo anúncio do retorno do atacante Gabigol ao clube. Desde a última sexta-feira, “detalhes”, segundo dirigentes alvinegros, impedem que o jogador assine contrato de empréstimo para voltar à Vila Belmiro. Esse sentimento deve ter se acentuado após a derrota para o Bragantino por 1 a 0, em casa, nesta segunda-feira, pelo Paulista.

As dificuldades ofensivas da equipe eram esperadas desde a pré-temporada – o ataque é o mais frágil do time, que perdeu Lucas Lima e Ricardo Oliveira, sem reposições, por enquanto. O setor funcionou na estreia, em Lins, um 3 a 0 em que as chances criadas foram aproveitadas. Na segunda rodada, porém, falhou.

Ou quase isso: não se pode ignorar que Arthur Gomes marcou um gol legítimo no início do segundo tempo, quando o jogo estava empatado sem gols; ou que Copete sofreu pênalti de Lazaro pouco depois – compensado por outro erro da arbitragem no último minuto, uma penalidade mal marcada em Vecchio, cobrança desperdiçada por Rodrigão.

Rodrigão teve atuação ruim na derrota para o Bragantino (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

Sim, há motivos de sobra para reclamação sobre a arbitragem do jogo na Vila. Mas faltou ao time de Jair Ventura ser mais incisivo, principalmente no primeiro tempo – houve melhora no segundo, os lances polêmicos foram todos na etapa final. 

Nos primeiros 45 minutos, ainda que tivesse total controle da partida e mantivesse a bola em seus pés por quase todo o tempo, o Santos pouco incomodou o goleiro Alex Alves. Vecchio voltava à defesa para iniciar as jogadas, mas havia muito espaço entre o meio e o ataque.

Nesse buraco, o Bragantino prevaleceu. Não sofria, e estava feliz assim. A proposta do time do interior era essa e foi bem sucedida.

Houve aproximação entre meio e ataque no segundo tempo, o Santos poderia ter marcado gols, mas aí as melhores oportunidades caíram no pé de Rodrigão – inclusive o pênalti, nos acréscimos, muito mal batido pelo camisa 13.

Guilherme Mattis, porém, não vacilou. Numa das poucas vezes em que foi à frente, o Bragantino fez o gol da vitória: chutaço de Gerley na trave, Mattis pegou a sobra e marcou.

Gabigol, se confirmado, tem poder para resolver esses problemas do Santos, principalmente quando tiver Bruno Henrique, que se recupera de uma lesão no olho, a seu lado.

O jogador, que deve ser emprestado pela Inter de Milão, é rápido, forte e finaliza muito bem. Pode ocupar a vaga de centroavante ou jogar por um dos lados – foi assim quando Ricardo Oliveira era o dono da camisa 9.

Características que não foram vistas pelos europeus nas passagens pela Itália e pelo Benfica, de Portugal. Mas o retorno ao Brasil tem essa missão também, a de recuperar o jovem que deixou a Vila há dois anos por quase R$ 100 milhões.

Resolvida a questão Gabigol – lembre-se, ainda faltam “detalhes” –, o Santos deverá buscar um meia. Vecchio começa bem a temporada, mas não é solução.

Um alvo é Zelarayan, argentino que joga no Tigres, do México. Uma negociação difícil: os mexicanos pedem cerca de US$ 7 milhões pela venda, os santistas tentam convencê-los a topar receber (bem) menos por um empréstimo.

É cedo para as cornetas soarem. Resultados e performances de começo de temporada devem ser analisados com menos rigor, ainda mais em ano com pré-temporada de duas semanas e mercado retraído. Jair Ventura tem um bom time para trabalhar, mas um elenco que precisa de mais opções.

Na próxima quinta-feira, o Santos volta a campo pela terceira rodada do Paulista. Enfrenta a Ponte Preta, em Campinas, às 19h30.

GLOBOESPORTES.COM

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