PT pede à PGR para apurar se Temer tentou comprar apoio contra denúncia

Deputados do PT informaram nesta quarta-feira (5) ter pedido à Procuradoria Geral da República que apure se o presidente Michel Temer tentou comprar votos de parlamentares com o objetivo de barrar a denúncia da própria PGR contra ele (saiba mais abaixo as argumentações).

Além disso, os parlamentares do PT solicitaram ao Ministério Público Federal a adoação de medidas cautelares, com a finalidade de cessar as supostas práticas.

A PGR confirmou o recebimento do pedido. Procurado pelo G1, o Palácio do Planalto informou que não se manifestará sobre o assunto.

O presidente foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo crime de corrupção passiva, com base nas delações de executivos do grupo J&F, que contra a JBS.

A denúncia contra Temer está em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O relator, Sergio Zveiter (PMDB-RJ), é o responsável por formular um parecer recomendando a aprovação ou rejeição da denúncia.

Independentemente do resultado na CCJ, o relatório de Zveiter será votado no plenário da Câmara e seguirá para o Supremo Tribunal Federal se pelo menos 342 parlamentares votarem a favor da denúncia.

Mais cedo, nesta quarta, o advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, apresentou a defesa do presidente à CCJ. Segundo ele, Temer não cometeu crime, e a denúncia da PGR é baseada em suposições.

Os argumentos

O pedido levado à PGR foi elaborado pelos deputados Paulo Pimenta (PT-RS), Wadih Damous (PT-RJ), Paulo Teixeira (PT-SP) e Henrique Fontana (PT-RS).

Eles argumentam, por exemplo, que, nesta terça (4), o presidente recebeu cerca de 22 parlamentares, dos quais 16 deputados (6 integrantes da CCJ).

“A atuação do representado, portanto, pode indicar uma continuidade das práticas criminosas pelas quais foi denunciado”, argumentam os deputados.

Em seguida, a oposição também usa como argumento para pedir apuração da PGR reportagens de jornais segundo as quais houve aumento na liberação de emendas parlamentares para deputados pelo Palácio do Planalto.

Em outro trecho, os deputados do PT afirmam que o vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse em entrevista à imprensa que o Palácio do Planalto seria “generoso com deputados fiéis por meio de instrumentos orçamentários e manutenção de apadrinhados políticos”.

G1 procurou a assessoria de Perondi e aguardava retorno até a última atualização desta reportagem.

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