Diário do Sambito

Fiscalização levaria cinco anos para vistoriar todas as barragens do país

Relatório assinado por diretores da Agência Nacional de Mineração pede reestruturação da equipe que tem apenas nove funcionários para o trabalho

  • Pablo Nascimento, do R7

ANM tem 769 barragens de mineração registradas

Google Street View / Reprodução

Um relatório assinado por dois representantes da ANM (Agência Nacional de Mineração) indica que o órgão precisaria de, ao menos, cinco anos e dois meses para vistoriar todas as barragens de mineração do Brasil, caso seja mantido o atual número de funcionários.

Segundo o documento, a equipe de segurança de barragens tem nove servidores responsáveis pelo trabalho. Atualmente, existem 769 estruturas registradas no país e que devem ser vistoriadas.

Em Minas, 1,7 milhão de pessoas vivem sob ameaça de barragens.

Contudo, o prazo pode ser ainda maior, uma vez que o levantamento leva em consideração apenas as vistorias em campo, o que segundo a própria equipe “é utópico” devido às “diversas outras atribuições” que têm sob sua responsabilidade.

O relatório é assinado pelo gerente de Segurança de Barragens de Mineração, Luiz Paniago Neves, e pelo chefe da Divisão Executiva de Segurança de Barragens de Mineração, Eliezer Júnior.

Documento indica nove servidores para cuidar de 769 barragens

Reprodução / ANM

Os profissionais relatam aumento das demandas após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no dia 25 de janeiro. Segundo eles, os técnicos nas Unidades Regionais, assim como a equipe de Brasília, está, desde então, dormindo apenas de três a quatro horas por noite.

Isso, porque são acionados por “diversos entes, como as defesas civis, as prefeituras, esferas governamentais, consultores da área de geotecnia e o próprio empreendedor, que entra em contato com a equipe para reportar as evoluções das inspeções e análises das barragens com situações de emergência instauradas“.

Solução

Os dois gerentes sugerem que a estrutura do órgão seja “reanalisada imediatamente, pois os prazos não param e as barragens continuam “vivas”, com estrutura adequada ou não”.