Coordenadoria cujo ‘dono’ é o ‘PTC’ migrou de R$ 5 milhões para R$ 21 milhões em obras

Redação

7 anos atrás

AS PERIPÉCIAS DO CANDIDATO E OS ATOS NO ANO ELEITORAL

O ex-mandatário… vamos lá… da Coordenadoria do Programa de Modernização e Qualificação de Empreendimentos Públicos do Estado do Piauí (COMEPI), ufa, Marcus Vinícius Cunha Dias, que deixou o cargo início do mês porque tem a intenção de concorrer ao posto de deputado federal e assim ter entre outras regalias, direito a foro privilegiado, ao que parece, está sempre no meio de acontecimentos um tanto estranhos, que despertam a atenção de autoridades da rede de controle.

Um desses acontecimentos consta de uma ação que tramita no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sobre supostos ilícitos eleitorais para beneficiar o seu candidato a prefeito em Novo Oriente, quando estava deixando o posto e queria fazer o seu sucessor. Algo que está prestes a ser julgado pela Corte eleitoral e quem sabe dar um xeque-mate nas pretensões de Marcus Vinícius.

Outro acontecimento um tanto suspeito que envolveu o gestor foi a destinação, também enquanto prefeito de Novo Oriente, e através de vários pagamentos, totalizando R$ 3,3 milhões, a uma empresa que para a Polícia Federal é de “fachada”, e justamente pertencente a um então foragido dessa mesma Polícia Federal, que vem a ser Vitor Neto – o Vitinho.

Não fossem suficientes os casos emblemáticos em que está envolto, Marcus Vinícius, agora, ao se afastar da pasta com nome maior do que suas incumbências reais, deixou para trás um rol de suspeitas investigadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) através, a princípio, de 8 auditorias, cujos processos licitatórios averiguados totalizam a cifra de R$ 6,8 milhões.

De 2017 para 2018, a realização de obras de pavimentação em paralelepípedo, saltou de R$ 5,3 milhões para 21,1 milhões, quase 400%.

A pasta, entretanto, não teria poder legal para tamanhas incumbências, muito menos orçamento.

NACO DO PTC

A COMEPI é território do PTC, partido da alçada do deputado Evaldo Gomes, no estado. Em torno dele orbita Marcus Vinícius, então chefe maioral da tal coordenadoria de nome grande, homem que há muito sonha em ingressar no seletivo rol de homens e mulheres da Câmara dos Deputados.

Em meio a esse histórico, o 180 divulga abaixo a lista de obras licitadas no ano de 2017 e no ano eleitoral de 2018 envolvendo justamente o que pode ser o calcanhar de Aquiles do candidato.

Muitos dos municípios abaixo são facilmente identificados como que sendo da base eleitoral tanto de Evaldo Gomes, como do próprio Marcus Vinícius, a exemplo de Valença do Piauí e Novo Oriente.

AS INÚMERAS SUSPEITAS PREVIAMENTE DETECTADAS

Segundo relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a COMEPI, além de não ter competência institucional, nem previsão orçamentária, fracionava as licitações, também não tinha licença ambiental, muito menos parecer da Controladoria Geral do Estado (CGE), e ainda por cima, trazia cláusulas restritivas nos editais licitatórios dessas respectivas pavimentações em paralelepípedo.

Isso no bojo das auditadas.

As demais – todas as licitações para pavimentação em 2017 e em 2018 estão expostas abaixo – não estariam ainda sob o crivo de auditagem do TCE.

Mas se a COMEPI não tem competência institucional para fazer pavimentação, isso vale para todas as já realizadas e ainda previstas, não é isso?

* Confira AS LICITAÇÕES, VALORES E MUNICÍPIOS…

OBRAS DE PAVIMENTAÇÃO EM PARALELEPÍPEDO DA COMEPI EM 2017

Total: R$ 5.381.551,90