Deslizamentos desse final de semana fizeram estado chegar a 33 vítimas. Em toda a temporada do ano passado foram 25 fatalidades
SÃO PAULO | Gabriel Croquer, do R7
Pelo menos 24 pessoas morreram nos últimos dias e oito estão desaparecidasETTORE CHIEREGUINI/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO – 31/01/2022
O dilúvio que atingiu a região metropolitana de São Paulo no último final de semana fez o total de mortes causadas pelas chuvas do verão de 2022 já superar o que foi registrado no ano passado, a pouco mais de um mês e meio da temporada acabar. Foram 33 vítimas até agora — 24 registradas após os deslizamentos dos últimos dias — contra 25 em todo o verão do ano passado.
Os dados foram analisados pelo R7 a partir do levantamento da Defesa Civil de São Paulo da “Operação Chuvas de Verão”, realizada todos os anos de 1º de dezembro até 31 de março para reduzir os danos de inundações e deslizamentos
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Entre as mortes do verão atual, a maioria foi causada por deslizamentos (16), seguidas das enchentes e enxurradas (11), raios (2), outros motivos (2) e inundações (1). A região mais afetada foi a de Guarulhos, com nove fatalidades registradas até a última atualização do levantamento diário, divulgado nesta segunda-feira (31).
Em Minas Gerais e em Bahia os eventos climáticos também causaram caos nesse verão, com ao menos 50 vítimas e centenas de milhares de desabrigados nas duas unidades da federação.
As estatísticas da temporada em São Paulo estavam abaixo da média até a tragédia desse fim de semana. As chuvas causaram a morte de pelo menos 24 pessoas — oito delas crianças — enquanto outras oito pessoas estão desaparecidas. Além das vítimas, cerca de 1.546 famílias estão desalojadas. Oito municípios decretaram situação de emergência.
O desastre já atraiu atenção nacional e levou o governador do estado, João Doria (PSDB), a determinar o repasse de R$ 15 milhões para obras de emergência e ações de acolhimento nas cidades mais afetadas. O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), também prometeu visitar a região.
No estado de São Paulo, a Defesa Civil calcula que ao menos 70 pessoas morreram por conta de desabamentos e soterramentos desde o verão de 2014, início da série histórica. A esmagadora maioria dos casos ocorre em regiões pobres, com casas construídas em área de risco em cima de encostas ou próximas a córregos.
