Polícia prende suspeito de executar cinco jovens em Maricá e outros dois integrantes de milícia no RJ

Firmino foi preso na manhã desta segunda-feira. Segundo a políciam ele executou o crim (Foto: Reprodução)

Policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam, na manhã desta segunda-feira (9), um suspeito da execução de cinco jovens em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, e outros dois acusados de integrar uma milícia da região. O crime foi na madrugada de 25 de março.

Segundo a polícia, João Paulo Firmino, preso em Itaipuaçu, executou os jovens. Os outros dois presos suspeitos de integrar o bando paramilitar foram identificados como Flavio Ferreira Martins, conhecido como Bimbinha, e Jefferson Moraes Ramos. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de dois policiais militares, que seriam os mandantes do crime. Um dos PMs é Wainer Teixeira Júnior, que foi preso na operação Calabar.

Durante a operação foram apreendidos dinheiro, armas, carros e motos. Segundo as investigações, Firmino está ligado à milícia local e estava sozinho no momento do crime. O suspeito também está sendo investigado por um outro homicídio de 2015. A polícia apreendeu com Firmino uma arma calibre 380.

“Mandaram deitar e atiraram nas cabeças. Foi execução. Não houve nem resistência nem tentativa de fuga. Todos os tiros partiram de uma arma só, pois havia projéteis de uma mesma arma deflagrados no local”, disse um dia depois do crime a delegada Bárbara Lomba.

João Paulo Firmino foi preso em Itaipuaçu. Ele é suspeito de executar cinco jovens em Maricá (Foto: Reprodução/Polícia Civil)

Motivações

A motivação do crime seria domínio territorial. Ainda de acordo com as investigações, apenas um dos jovens mortos teria efetuado roubo na região. Os PMs investigados também seriam envolvidos com serviço de agiotagem e possuem um patrimônio grande.

Mortos em chacina em Maricá (da esquerda para a direita): Sávio Oliveira, Mateus Bittencourt, Matheus Baraúna, Marco Jhonathan e Patrick da Silva (Foto: Facebook/Reprodução | Arquivo Pessoal)

Os corpos de Sávio de Oliveira, de 20 anos, Matheus Bittencourt, de 18, Marco Jhonata, de 17, Matheus Baraúna e Patrick da Silva Diniz foram encontrados no conjunto habitacional Carlos Marighella, do programa Minha Casa, Minha Vida, em Itaipuaçu. Familiares das vítimas negam que eles tivessem envolvimento com traficantes.

Área disputada

Atualmente, a região é Maricá é dominada por, pelo menos, três grupos de milicianos que se dividem por territórios. De acordo com apuração do G1, alguns dos fatores que favorecem a expansão das milícias no local são: grande território, efetivo de policiais reduzido com distanciamento do comando, pobreza e falta de estrutura para investigar homicídios.

A região de Maricá é conhecida como “acelerada”, em relação a ação dos milicianos, já que o local não tem fiscalização.

Por meio da série ‘Franquia do crime’, o G1 mostrou que as milícias estão, atualmente, em 11 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As áreas de influência desses grupos criminosos somam 348 quilômetros quadrados, o equivalente a um quarto do tamanho da capital. É um conjunto de territórios em que vivem dois milhões de pessoas que, no dia a dia, são coagidas a usar o transporte, o botijão de gás; a pagar por segurança e pelo sinal de TV; além de consumir água e os alimentos da cesta básica dessas quadrilhas.

globo,.com

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